Páginas

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Nosso dever é amar

Ninguém é exatamente aquilo que você espera. Ainda assim, jamais desista de amar, aceitando a todos em suas diferenças.
Ermance Dufaux

Sou um espírito imortal criado simples e ignorante; destinado a atingir um estado de autoconhecimento e integração com o universo tamanho que me sentirei pleno e muito feliz. Esta é uma afirmação que aprendi a fazer estudando O Livro dos Espíritos e o Evangelho Segundo o Espiritismo, livros de Allan Kardec compilados a partir de mensagens recebidas de espíritos desencarnados em reuniões mediúnicas de estudo.

Aprendi a repetir sistematicamente estas informações, mas não tenho certeza se consegui apreender a profundidade e beleza desta afirmação. Chego mesmo a questionar-me vez por outra se realmente compreendi a sua essência.

Quando li esta afirmação de Ermance a cerca da necessidade de amarmos aos outros apesar das diferenças; fui, mais uma vez, remetido a este ponto recorrente de dúvida. Por que será que continuamos querendo que as pessoas se comportem segundo um determinado modelo idealizado de realidade que, na maioria das vezes, atende ao nosso sistema de valores? Por que estamos predispostos a amarmos aqueles que se comportam de uma determinada forma mas não aos outros que apresentam comportamentos e sentimentos diferenciados?

Não seríamos todos nós iguais, uma vez que tivemos a mesma origem, embora em tempos diferentes, e temos a mesma destinação?

É verdade que durante a caminhada evolutiva vivenciamos a vida espiritual, enquanto espíritos encarnados ou desencarnados, de formas diferentes e, portanto, construímos modelos comportamentais diversos, mas será que isto é motivo para amarmos menos àqueles que são diferentes de nós?

Fiquei pensando ainda sobre quais seriam as diferenças que importam para amarmos mais aqueles que estão à nossa volta. Seriam as relações familiares, a cor da pele, o poder aquisitivo, a nacionalidade, a quantidade de conhecimentos adquiridos, o código genético, o time por que torcemos, a língua que falamos? Não seriam todos estes elementos transitórios e característicos de uma determinada experiência encarnatória?

Acredito que sejamos muito mais parecidos do que imaginamos, basta queremos ampliar o olhar e percebermo-nos como espíritos imortais imperfeitos, desejosos da felicidade e desconhecedores das verdades divinas em profundidade.

Ermance Dufaux nos faz um convite importante. É preciso amar, mesmo computando a existência de diferenças. Esforcemo-nos por amar, busquemos os pontos comuns e não as diferenças. Valorizemos os aspectos positivos e invistamos na construção de relações mais amorosas, a final de contas, nosso dever é: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”.

Licença Creative Commons
Nosso dever é amar de C. Guilherme Fraenkel é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Unported.
Permissões além do escopo desta licença podem estar disponíveis em http://www.guilherme.fraenkel.nom.br/?page_id=10.


Este artigo faz parte de um conjunto de reflexões diárias que iniciou-se em 05/01/2011 a partir de um presente que ganhei em 2010, uma caixinha cheia de citações (veja o artigo "O importante não é a etiqueta" para mais detalhes)

Você poderá acompanhar todas as citações e reflexões publicadas no WebEspiritismo usando o Marcador “Reflexão diária”. A lista de Marcadores usados está disponível na coluna lateral do blog sob o título “Marcadores”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva aqui o seu comentário