Há sempre sol brilhando além das nuvens sombrias, e quando ele é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz.
Joanna de Ângelis
O pensamento de Joanna de Ângelis remeteu-me diretamente à questão da fé em Deus no sentido mais profundo. A percepção, seja baseada na razão, na intuição ou em fatos concretos que nos remete à existência de um propósito maior para a vida.
Penso em fé como um ponto de convergência que fica além do horizonte, que é real, embora não consigamos vê-lo realmente e tenhamos que significá-lo com as ferramentas que temos.
Quando conseguimos, apesar de nossa dificuldade em compreender o que não vemos, direcionar nossos esforços, ações, pensamentos e sentimentos na direção deste ponto, ou seja, quando confiamos plenamente na sua existência e somos fiéis a este posicionamento, apesar das dificuldades que surgem em nossas vidas, damos especial significado à existência humana e, consequentemente, à nossa existência individual.
Pouco importa se olhamos para o horizonte com olhares diferenciados tentando dar significados que sejam mais adequados a este ou àquele sistema de crenças e valores. Pouco importa se pensamos neste ponto de convergência sob a ótica filosófica, científica ou religiosa, o importante é estarmos voltados o mais integralmente possível na direção correta, desprovidos de nossas certezas absolutas, flexíveis como o bambu, mas confiantes como a rocha para que possamos captar as pistas que a divindade nos oferece para caminharmos na direção certa.
Acredito que grandes nomes como Ghandi, Francisco de Assis, Madre Tereza de Caucutá, Albert Einstein, Jesus, Paulo de Tarso, Mozart, Vivaldi, entre muitos outros, foram capazes de estabelecer esta visão em suas vidas e por isso conseguiram vivenciá-las com muita plenitude apesar dos obstáculos que se lhes apresentaram.
Acredito que seremos muito felizes no dia em que percebermos que este ponto de convergência não se encontra além do horizonte, mas dentro de cada um de nós e que atua como minarete para nossa jornada de construção de nós mesmos, sempre visível, sempre apontando para a direção em que devemos direcionar o nosso olhar e nossos sentimentos.
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Este artigo faz parte de um conjunto de reflexões diárias que iniciou-se em 05/01/2011 a partir de um presente que ganhei em 2010, uma caixinha cheia de citações (veja o artigo "O importante não é a etiqueta" para mais detalhes)
Você poderá acompanhar todas as citações e reflexões publicadas no WebEspiritismo usando o Marcador “Reflexão diária”. A lista de Marcadores usados está disponível na coluna lateral do blog sob o título “Marcadores”
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