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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A construção de relações saudáveis

É justo que anseie por alegria, encanto, harmonia e paz nas relações, entretanto, recorde sempre que tais conquistas de amor solicitam esforços e abnegação, entendimento e perdão, renúncia e paciência.
Ermance Dufaux

As ideias de justiça e de felicidade fazem parte do repertório de todos os espíritos. Esta é uma certeza que os espíritos superiores nos passam através da doutrina espírita quando nos dizem que carregamos a semente divina em nós, mas que pode ser facilmente constatada observando-se as manifestações humanas, uma vez que todas elas clamam por justiça e buscam a felicidade do indivíduo.

Acredito que a nossa grande dificuldade começa no momento em que ainda não conseguimos significar de forma ampla estas ideias em nossas vidas. Como cada um de nós significa a justiça e a felicidade de acordo com o seu próprio conjunto de experiências, vivenciadas ao longo de variadas encarnações, começamos a identificar os conflitos, os debates, as divergências de ideias e de sistemas filosóficos, religiosos, sociais, econômicos e até mesmo de convivência com aqueles que nos cercam.

Como não nos percebemos ainda em plenitude como espíritos imortais, filhos de Deus destinados à felicidade eterna e, consequentemente, também não vemos ainda a criação de Deus de forma ampla, acabamos desenvolvendo visões muito distorcidas da realidade divina e muito discrepantes em relação à visão de outros espíritos. Acredito que esta seja a grande base da dificuldade em estabelecermos relações salutares com o próximo.

A partir daí comecei a pensar que nosso desejo de estabelecer relações maravilhosas com aqueles que nos cercam, como sugere Ermance Dufaux, é sincero e muito justo, mas algo difícil no atual estágio de nossa humanidade, dado que cada indivíduo porta sua própria forma de significar a realidade á sua volta e nem sempre está comprometido com o respeito aos limites estabelecidos pelo outro.

Sendo assim, a construção de relações enobrecidas, que promovem um estado salutar de convivência e que catalisem os movimentos individual e coletivo de crescimento em direção á realidade espiritual da vida, perceptível através das impressões de alegria, encanto, harmonia e paz, só é possível se nos decidirmos por abrirmo-nos para o outro, para as relações.

Acredito ser necessário tentarmos ver o mundo sob a ótica de nossos companheiros e aceitarmos o fato de que a nossa visão do mundo não é a única e, tão pouco, a melhor. Este esforço, pelas palavras de Ermance Dufaux realiza-se através da abnegação, do entendimento do perdão, da renúncia e da paciência.

Assim sendo, se desejamos boas relações com aqueles com quem convivemos, torna-se imprescindível estarmos atentos ao fato de sermos individualidades distintas à caminho da felicidade. É necessário amarmo-nos uns aos outros como a nós mesmos.

Estejamos atentos a este sublime ensinamento contido em todas as mensagens religiosas e esforcemo-nos por construir uma sociedade melhor.

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A construção de relações saudáveis de C. Guilherme Fraenkel é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Unported.
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Este artigo faz parte de um conjunto de reflexões diárias que iniciou-se em 05/01/2011 a partir de um presente que ganhei em 2010, uma caixinha cheia de citações (veja o artigo "O importante não é a etiqueta" para mais detalhes)

Você poderá acompanhar todas as citações e reflexões publicadas no WebEspiritismo usando o Marcador “Reflexão diária”. A lista de Marcadores usados está disponível na coluna lateral do blog sob o título “Marcadores”

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