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terça-feira, 20 de julho de 2010

A responsabilidade do consumo à luz da doutrina espírita

Vivemos em sociedade com o propósito maior de aprendermos as leis da vida, esta é a lição que os bons espíritos superiores têm nos deixado como legado nas diversas oportunidade de contato que tivemos ao longo destas centenas de anos que nos separam do homem das cavernas.

Hoje, como desde o princípio de nossa sociedade, continuamos tentando significar nossas existências enquanto caminhamos cheios de incerteza pelos caminhos que a vida nos oferece. Nas últimas décadas temos descoberto facetas até então desconhecidas da dimensão espiritual da vida que estão nos ajudando a rever diversas idéias, conceitos e definições. Vários sistemas de pensamento, tidos como “chaves para a felicidade” caíram por terra, novos sistemas nasceram em um ciclo constante de observação, pesquisa, criatividade, experimentação e conclusões; mas uma certeza começa a prevalecer em todos os ciclos. A certeza de que a lei natural, mesmo que entendida parcialmente, é o caminho que nos leva à felicidade que tanto almejamos.

Hoje já somos capazes de perceber por estudos comparativos dos sistemas de pensamento propostos pela humanidade que todas as abordagens, por mais diversas que sejam, são abordagens válidas para a sistematização do funcionamento do universo que representa a vontade de uma potência inteligente infinitamente superior a nós.

Cada sistema de pensamento, circunscrito a uma determinada região em uma dada época da humanidade serviu para estabelecer pontos comuns de pensamento em que toda a humanidade pode ancorar-se para se lançar a novas pesquisas e, conseqüente, à ampliação da percepção do universo.

Alguns sistemas, pela ampliação do conhecimento disponível ou pelas conseqüências geradas por sua aplicação, mostram-se incapazes de nos levar à felicidade e estas constatações têm nos ajudado a afirmar a certeza da destinação proposta pela potência criadora, assim como sua infinita bondade e amor.

Descobrimos a cada momento que, como humanos, estamos destinados à adoção de um comportamento moral construído coletivamente que faça prevalecer valores éticos no contato com a natureza da qual fazemos parte. Cada vez mais falamos em amor, em atenção ao contato com os outros e com a natureza. Participação, justiça, direito, sustentabilidade, equilíbrio, ecologia e respeito são palavras cada vez mais freqüentes em nossos discursos.

614 - O que se deve entender por lei natural?

- A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem; ela lhe indica o que devemos ou não fazer, e ele é infeliz somente quando se afasta dela.

617 - Que objetivos abrangem as leis divinas? Elas se referem a outra coisa além da conduta moral?

- Todas as leis da natureza são divinas, uma vez que Deus é o criador de todas as coisas. O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda as da alma e as pratica.

Uma vez tendo percebido a necessidade de expandirmos nossa capacidade de entendimento do Universo na direção de um entendimento espiritualizado em que as questões materiais assumem caráter de ferramenta de trabalho para a construção de um estado de plenitude em que a moralização deve ser o verdadeiro foco de atenção de nossas potências inteligentes, resta-nos então Nos perguntarmos a cerca das referências que temos para tal construção.

Ao largo de todo o caminho temos contado com a presença de companheiros mais desenvolvidos que nós que assumem o papel de trazer pistas a cerca da vida espiritual e dos dos valores que devem ser cultivados com maior afinco pela humanidade.

Estas pistas têm chegado através dos tempos sob as mais variadas formas e visam manter uma corrente constante de pensamento na qual podemos matar nossa cede e despertar pouco a pouco para a nossa verdadeira realidade, a espiritual. Jesus talvez seja para o ocidente a referência magna da existência desta fonte. Suas pistas tem nos encantado há séculos, mas contamos com outros companheiros de jornada que atuam em grupo com o objetivo de garantir que sejamos capazes de expandir nossos horizontes de percepção.

618 - Qual é o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e modelo?

- Jesus

627 - Uma vez que Jesus ensinou as verdadeiras leis de Deus, qual é a utilidade do ensinamento dado pelos espíritos? Terão a nos ensinar alguma coisa a mais?

- A palavra de Jesus era, muitas vezes, alegórica e em parábolas, porque falava de acordo com os tempos e os lugares. É preciso agora que a verdade seja inteligível para todo mundo. É preciso também explicar e desenvolver essas leis, uma vez que há tão poucas pessoas que as compreendem e ainda menos as que as praticam. Nossa missão é a de abrir os olhos e os ouvidos para confundir os orgulhosos e desmascarar os hipócritas: aqueles que tomam as aparências da virtude e da religião para ocultarem as suas baixezas. O ensinamento dos espíritos deve ser claro e inequívoco, a fim de que ninguém possa alegar ignorância e cada um possa julgá-lo e apreciá-lo com a razão. Estamos encarregados de preparar o reino do bem anunciado por Jesus; por isso, não é correto que cada um possa interpretar a lei de Deus ao capricho de suas paixões nem falsear o sentido de uma lei de amor e de caridade.

Fácil, entretanto, é questionarmos a coerência de nossos mestres ou mesmo a nossa destinação à felicidade, uma vez que, passados tantos séculos, pouco parece ter mudado em nossas sociedades que apresentam-se, em determinados momentos históricos , quase tão bárbaras quanto as de nossos ancestrais que possuíam pouco conhecimento intelectual.

Atualmente, face à enormidade de apelos ao abandono dos aspectos espirituais em favor do desenvolvimento de uma sociedade globalizada e tecnologicamente superior ao inimaginável, somos, por vezes, convencidos de que todo o discurso trazido por nossos companheiros do além a cerca existência de uma linha de progressão da sociedade em que os valores éticos / espirituais prevalecerão sobre os materiais trata-se de um grande equívoco.

Observamos, entretanto, que, mesmo nas sociedades ditas mais civilizadas, há um número crescente de companheiros que sofrem, insatisfeitos pela falta de perspectivas, tomados por catástrofes familiares ou simplesmente desmotivados por uma dor oculta que lhe atinge de forma cada vez mais aguda conforme adquire capacidade cada vez maior de controle do ambiente à sua volta.

Pelo sofrimento gerado por nós mesmos começamos então a perceber a necessidade urgente de buscarmos outros valores e, pouco a pouco, somos despertados para uma enormidade de possibilidades que nos convidam a trabalharmos mais intensamente pela construção de relações mais duradoras e menos materializadas com aqueles com quem convivemos e com o ambiente à nossa volta.

Todo o nosso desenvolvimento intelectual acaba funcionando como alavanca para despertar nossas consciências para a realidade espiritual que, ao contrário da material, desperta, anima e estimula à felicidade e plenitude através da vida em comunidade estabelecida por relações de fraternidade e amor ao próximo.

Começamos então a significar de forma diferente as nossas necessidades e prioridades. Acabamos percebendo então que necessitamos de muito menos do que temos materialmente e que, o que conseguimos realizar é o suficiente para a nossa felicidade, desde que estejamos abertos para a concretização de campos de estudo/experimentação e aprendizado.

674 – A necessidade do trabalho é uma lei da natureza?

- O trabalho é uma lei natural, por isso mesmo é uma necessidade, e a civilização obriga o homem a trabalhar mais, porque aumenta suas necessidades e prazeres.

679 – O homem que possui bens suficientes para assegurar sua existência está livre da lei do trabalho?

- Do trabalho material, pode ser , mas não da obrigação de se tornar útil conforme seus meios, de aperfeiçoar sua inteligência ou a dos outros, o que é também um trabalho. Se o homem a quem Deus distribuiu bens suficientes não está obrigado a se sustentar com o suor do seu rosto, a obrigação de ser útil a seus semelhantes é tanto maior quanto as oportunidades que surjam para fazer o bem, com o adiantamento que Deus lhe fez em bens materiais.

Aos poucos nós, que nos julgamos o topo da cadeia hierárquica da vida, começamos a perceber o fluxo da lei natural, que nos honra com a divina responsabilidade de conduzirmos a ampliação da vida através da aplicação de nossas recém descobertas capacidades intelecto-morais.

A vida pulsa em nossas mãos clamando por comandos ordenadores que lhe facultem a expressão moralizada, mas nós, ainda seres no campo da experimentação, nem sempre somos capazes de conduzir estas expressões de formas muito eficientes, fato que nos custa dores, sofrimentos e, principalmente, aprendizados valiosos.

A cada passo em nossa jornada despertamos para o fato de que não somos o topo da cadeia hierárquica da vida, mas apenas mais uma engrenagem de um grandioso mecanismo que segue seu fluxo rumo à plenitude e que, mesmo atingido por nossas oposições, continua a burilar as inteligências que o compõe.

693 – As leis e costumes humanos que criam obstáculos à reprodução são contrários à lei natural?

-Tudo o que dificulte a marcha da natureza é contrário à lei geral

693 a – Entretanto, há espécies de seres vivos, animais e plantas cuja reprodução dendefinida seria prejudicial a outras espécies e o próprio homem se tornaria uma vítma; comete ele um ato repreensível ao impedir essa reprodução?

-Deus deu ao homem, sobre todos os outros seres, um poder que deve usar para o bem, mas do qual não deve abusar. Pode-se regular a reprodução conforme as necessidades, mas do qual não deve dificultá-la sem razão. A ação inteligente do homem é um contrapeso estabelecido por Deus para equilibrar as forças da natureza, e é isso ainda que o distinque dos animais, porque o faz com conhecimento de causa. Mas os próprios animais também concorrem para esse equilíbrio, porque o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, ao terem de prover sua própria conservação, detenham o desenvolvimento excessivo e talvez perigoso das espécies animais e vegetais de que se nutrem.

Contamos então com todos os recursos do ambiente à nossa volta para realizarmos o desenvolvimento de nossas consciências primitivas a cerca das realidades espiritual e divina. Nesta troca sinérgica com o universo percebemos cedo ou tarde que não podemos fazer tudo o que desejamos. Somos levados pela abundância e pela falta de recursos a percebermos as diversas variáveis que compões esta complexa equação que é a vida. Lentamente descobrimos o que é esperado de nós, o comportamento ético ante a vida que clama por atenção consciente de nossa parte.

704 – Deus, dando ao homem a necessidade de viver, sempre lhe forneceu os meios para isso?

- Sim. Se não os encontra, é por falta de iniciativa. Deus não poderia dar ao homem a necessidade de viver sem lhe dar os meio, por isso faz a terra produzir e fornecer o necessário a todos, porque só o necessário é útil. O supérfluo nunca é.

705 – Por que nem sempre a terra produz o suficiente para fornecer o necessário ao homem?

- O homem a negligencia por ingratidão e, no entanto, a terra continua sendo uma excelente mãe. Além disso, ele ainda acusa a natureza por sua própria imperícia ou imprevidência. A terra produziria sempre o necessário se o homem soubesse se contentar. Se o que produz não é bastante para todas as necessidades, é porque emprega no supérfluo o que deveria utilizar no necessário. Observai o árabe no deserto; encontra sempre com o que viver, porque não cria necessidades artificiais. Porém, quando a metade da produção é desperdiçada para satisfazer fantasias, deve o homem se espantar de não encontrar nada em seguida? E terá razão de se queixar por estar desprovido quando chega a época da escassez? Na verdade, não é a natureza que é imprevidente, é o homem que não sabe regrar sua vida.

707 – Os meios de subsistência, muitas vezes, faltam a alguns, mesmo em meio à abundância que os cerca; por quê?

- É pelo egoísmo dos homens em geral e também, frequentemente, por negligência deles mesmos. Buscai e achareis; essas palavras não querem dizer que basta olhar a terra para encontrar o que se deseja, mas que é preciso procurar com ardor e perseverança e não com fraqueza, sem se deixar desencorajar pelos obstáculos que, muitas vezes, são apenas meios de colocar à prova a vossa constância e firmeza.

715 – Como o homem pode conhecer o limite do necessário?

- Aquele que é sensato o conhece pela intuição; muitos o conhecem pela experiência e à própria custa.

Convido-o a dar uma parada aqui para assistir a um vídeo que vai mudar sua forma de perceber o mundo atual. A HISTÒRIA DAS COISAS

Hoje, passados quase 20 séculos da presença materializada do Cristo entre nós, vivemos um grave momento na conturbada vida planetária. Estamos em crise e talvez estes sejam as últimas décadas de um modelo de vida que tem se mostrado insustentável pelas devastadoras conseqüências que vem trazendo para toda a sociedade e para o planeta.

Aparentemente estamos chegando ao limite do distanciamento possível entre o saber e o sentir, entre a percepção da vida espiritual e o comportamento moral. Milhares de companheiros encarnados sofrem pela escassez de recursos básicos, civilizações inteiras carentes da idéia de Deus, sofrem pela ausência de valores humanos, rios, mares e oceanos expulsam de si a possibilidade da vida em virtude da enorme quantidade de poluentes, espécies animais e vegetais estão sendo extintas sem nem mesmo terem sido descobertas pela humanidade.

Tudo em favor do desenvolvimento da tão sonhada sociedade tecnocrata em que se vive pelo prazer de fruir as benesses materiais, como se esse modelo pudesse ser mantido pela eternidade, a despeito dos enormes exércitos de esquecidos e sofredores.

Aproximamo-nos de um ponto de transformação substancial para o que entendemos como humanidade. Dia chegará em que não serão mais necessárias transformações radicais do ambiente à nossa volta, mas, por hora, carecemos destas situações radicais de mudança em que vemos nossos sistemas ruírem juntamente com nossas construções e facilidades. É necessário percebermos outros valores, os valores realmente dirigem nossos destinos

716 – A destruição é uma lei natural?

- É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar. O que chamais destruição é apenas transformação que tem por objetivo a renovação e o melhoramento dos seres vivos

732 – A necessidade de destruição é a mesma em todos os mundos?

- É proporcional ao estado mais ou menos material dos mundos e cessa quando os estados físico e moral estão mais depurados. Nos mundos mais avançados as condições de existência são completamente diferentes

Aos poucos nos damos conta de que a única forma possível de viver plenamente é através do das relações que estabelecemos, aí reside a ciência da vida! Fluxos constantes e cada vez maiores de energia circulando pelo universo fazendo florescer a vida em suas facetas mais belas, complexas e desconhecidas.

Fluxos de energia transformadora que manifestam a vontade do criador. Atos de amor, construídos a partir da síntese criador / criatura, tendo esta sido forjada no cadinho do tempo e do espaço através de diversas ações de aprendizado continuado que respeitam o arbítrio e a individualidade, mas que não admitem a estagnação.

766 – A vida em sociedade é uma obrigação natural?

- Certamente, Deus fez o homem para viver em sociedade. Deus deu-lhe a palavra e todas as demais faculdades necessárias ao relacionamento.

768 – O homem, ao procurar viver em sociedade, apenas obedece a um sentimento pessoal, ou há um objetivo providencial geral?

- O homem deve progredir, mas não pode fazer isso sozinho porque não dispõe de todas as faculdades; eis por que precisa se relacionar com outros homens. No isolamento, se embrutece e se enfraquece.

773 – Por que entre os animais, pais e filhos deixam de se reconhecer assim que os filhos não necessitam mais de cuidados?

- Os animais vivem vida material e não moral. A ternura da mãe com seus filhotes tem origem no instinto de conservação de suas crias; quando eles podem cuidar de si mesmos, sua tarefa está cumprida, a natureza não exige deles mais nada; por isso os abandona, para se ocupar com os outros recém-nascidos.

774 – Há pessoas que deduzem, do abandono dos pequenos animais por seus pais, que entre os homens os laços de família são apenas resultado dos costumes sociais e não de uma lei natural; que devemos pensar disso?

- O homem tem destinação diferente dos animais; por que, então, querer se parecer com eles? Para o homem, há outra coisa além das necessidades físicas; a necessidade do progresso. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família estreitam os sociais; eis por que fazem parte da lei natural. Deus quis que os homens aprendessem a se amar como irmãos

Que possamos, conscientes de nossas destinações, esforçarmo-nos cada vez mais pela construção de nós mesmos. Que nosso esforço esteja cada vez mais concentrado na descoberta de nossa realidade espiritual e do papel esperado por nós na vida.

Que possamos trabalhar intensamente pela espiritualização e não pela materialização da vida. Que cada uma de nossas ações possa ser embasada nos reais valores e que nossa vida material sirva como alavanca e não como entrave à nossa libertação das amarras que nos impedem de sermos realmente felizes.

Usemos a matéria como ferramenta de expressão dos propósitos superiores da vida!

Estejamos atentos à enormidade de recursos que possuímos em nossas mãos e para a grande responsabilidade que assumimos ao receber estes recursos. Trabalhemos pela propagação do ideal ético da vida

Será que nos sentimos realmente tão ricos assim? Dê uma olhada nesta apresentação e tire suas conclusões. A aldeia de 100 pessoas

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