“A justiça foi feita – disse Obama sobre a morte de bin Laden”
Obama
Anjos e demônios, fantasmas, santos, espíritos protetores, entidades, elementais, caboclos, pretos velhos, entre tantas outras entidades manifestam-se em nossa sociedade a todo o momento norteando nossas vidas, conforme nos sugere O Livro dos Espíritos.
As relações entre os vivos e os mortos, espíritos encarnados e desencarnados como preferimos abordar na doutrina espírita, sempre estiveram presentes nas relações humanas e suas evidências podem ser observadas através da história em diversos relatos, tais como a atuação das pitonisas e oráculos na idade antiga, na realização dos milagres e aparições relatadas pelo público católico nos últimos mil anos e que levaram diversos indivíduos à santificação, além da enorme carga de contos populares, crendices, lendas e fenômenos populares que sugerem a existência de um plano invisível que interfere no nosso mundo material.
Acredito que sejam as intervenções maléficas, ou profundamente influenciadas por paixões mundanas conforme prefiro pensar, as que ganham o maior destaque na vida cotidiana da sociedade planetária. Quem não teme ser alvo de assombrações?
Damos realmente uma grande atenção às chamadas Obsessões espirituais, interferências na vida cotidiana que são realizadas por espíritos desencarnados e que prejudicam um indivíduo ou conjunto de indivíduos causando medos, dores e sofrimentos.
Na realidade, temos o hábito de atribuir ao invisível as causas de todas as nossas dificuldades na vida material, como se fôssemos vitimas inocentes no teatro da vida que sofrem com as ações das entidades malignas, chamadas obsessores.
Chegamos mesmo a nos esquecermos de que somos filhos de um pai bom e justo que determinou a nossa felicidade, mas que impôs a necessidade do aprendizado individual e da atuação pautada em um código moral elevado como caminhos para a plenitude.
Se hoje somos alvo de obsessões espirituais, é porque temos aprendizados importantes a serem realizados através das situações de dor que se apresentam através de tais ações. Tratar-se de uma obsessão espiritual, para a doutrina espírita, não é quebrar uma relação entre obsessor e obsedado ou aprisionar e castigar um espírito obsessor, mas trabalhar o esclarecimento de ambos os sujeitos, encarnado e desencarnado, para que possam apreender o valor da mensagem do Cristo e, desta forma, seguirem seus caminhos de moralização perdoando-se e liberando-se da carga de ódio que os une.
Neste sentido será que podemos dizer que a justiça é feita quando um obsessor é penalizado de alguma forma por sua atuação equivocada no mundo? E, mesmo que seja possível pensar em justiça desta forma, quem é capaz de determinar a penalidade adequada a ser aplicada, uma vez que o objetivo da mesma seria conduzir o sujeito ao despertamento para a necessidade de moralização de seus atos?
Quando temos a possibilidade de comunicarmo-nos com espíritos que estão na posição de obsessores facilmente percebemos que esta relação de geração voluntaria de dor e sofrimento caracteriza-se, muitas vezes, como uma relação cíclica em que obsessor e obsedado revezam-se ao longo de encarnações causando dor e sofrimento com o objetivo de vingar-se dos males impostos pelo opositor no passado.
Sob a bandeira da justiça, atuam na vida o obsessores às centenas mantendo relações doentes que geram dor e sofrimento a ambos os lados até que um dos lados desista da cobrança e parta para a reconstrução de sua vida.
Talvez você esteja se perguntando o que todo este papo de obsessão tem há ver com a morte de Osama Bin Laden ou com a declaração de Baraq Obama, uma vez que não temos espíritos desencarnados envolvidos. Vamos às relações.
Em 2001, movido pela ideia equivocada de justiça, ia ao chão um dos maiores símbolos da sociedade americana.
Dez anos mais tarde, após guerras, incursões infrutíferas de forças especiais americanas em terreno estrangeiro, violação da privacidade de centenas de pessoas, cerceamento de direitos do indivíduo em favor da liberdade e dezenas de milhares de dólares investidos; morre, assassinado com um tiro, o autor intelectual do atentado às torres gêmeas e somos capazes de ouvir o discurso do pontífice máximo americano: “A justiça foi feita”.
Não estaríamos vendo uma relação obsessiva, com a diferença apenas no fato de ambas as partes envolvidas estarem encarnadas? Dona Ivone Pereira nos ensina que há vários tipos de obsessão e que um destes tipos é o estabelecido entre espíritos encarnados.
Tenho a certeza de que a justiça foi feita e continuará a ser feita, uma vez que Deus, nosso pai amado, continuará a oferecer condições a todos nós de revermos nossos valores e de construirmos nossa própria felicidade.
Também estou certo de que o autor da justiça não foi o assassino e nem tão pouco o mandante deste assassinato, assim como também posso afirmar que a nação americana não foi uma vítima inocente nesta história.
Seguimos nossas vidas tentando significar nossas existências e ainda muito confusos com relação a qual a vida realmente importa. Chegará o dia em que compreenderemos o que Jesus quis nos dizer quando resumiu toda a lei de Deus da seguinte forma:
“Amarás a Deus sob todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”
A justiça foi feita de C. Guilherme Fraenkel é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Compartilhamento pela mesma licença 3.0 Brasil.
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