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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Tolerância

Estou realmente encantado pela leitura de um livro que está me ajudando a compreender melhor vários aspectos do processo de progresso a que todos nós estamos submetidos. Grandes e Pequenos Problemas, de Angel Aguarod, editado pela FEB, é realmente uma leitura muito importante para nós que desejamos compreender melhor nosso processo de desenvolvimento em direção a Deus.

Reproduzo a seguir alguns trechos retirados do item I do capítulo IV, entitulado "O Problema da Benevolência". Nestes trechos o autor trabalha a questão da tolerância de uma forma muito simples, direta e esclarecedora.

A tolerância propriamente dita só é patrimônio de Espíritos evoluídos; não podem ser tolerantes os Espíritos que ainda não conseguiram compreender que é um dever seu respeitar as opiniões e os procedimentos alheios, opostos ao seu, por não lhe ser lícito proceder com os outros de maneira diferente da que quereriam que os outros se conduzissem para com eles. Isto é um princípio de justiça, que o Espírito só chega a compreender e sentir quando tem passado muitas encarnações lutando e sofrendo e conquistou dessas lutas e sofrimentos um considerável cabedal de experiência, que o obriga a considerar as coisas e os seres seus semelhantes por um prisma próximo da realidade.

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Tolerância não quer dizer que se reconheça a toda gente o direito de fazer o que lhe apraza, o que melhor lhe pareça, apoiada no postulado que enunciei, não. A bondade, que é mãe da benevolência, o é também da tolerância e, porque o é, deve ser a impulsionadora do Espírito em todos os seus atos e relações com o que existe na Criação. Assim, a tolerância, inspirada pela bondade, não olhará indiferente para o proceder alheio, quando este proceder seja incorreto, inconveniente e possa lesar interesses morais e materiais, próprios ou estranhos, individuais ou coletivos.

Os Espíritos atrasados devem ser auxiliados, para que aumentem o cabedal de seus conhecimentos e retifiquem seus erros.

A tolerância impõe-se, no sentido de não se recorrer à violência para ampliar a razão daquele que a tenha pouco desenvolvida, ou para dar melhor compreensão das coisas e dos fatos aos que tenham deficiente conhecimento de umas e outros. A tolerância não consiste na indiferença. Pode e deve a criatura ser tolerante em face das opiniões alheias, por mais opostas que sejam às suas próprias; ela prescreve o respeito às creñças, aos gostos e tendências dos outros; porém, a ninguém impõe o silêncio diante do que lhe desagrade, ou seja compreendido de outro modo. Ao contrário, respeitando o indivíduo, inspirado pela bondade e pela justiça que ele em si contém, a maneira porque os outros exteriorizam seus sentimentos, a tolerância o obriga a considerar os outros como a si mesmo e a fazer-lhes tudo aquilo que lhes possa convir. Ora, o que convém a todo ente humano é aprender, progredir, evolver espiritualmente o mais rápido possível. E a tarefa dos que mais sabem é, ou deve ser, ensinar aos que sabem menos, e a dos que mais bondade possuem dar lições práticas dessa bondade, para que os seus inferiores tenham um guia que lhes indique de que maneira devem proceder para também subir.

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É preciso que os que compreendem o que é tolerância e por que devem ser tolerantes o sejam em toda a extensão da palavra; que se interessem pelo progresso da humanidade, considerando seus membros separadamente e a massa, renunciando, no demonstrar esse interesse, a toda violência....

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