O Universo é um poema sublime do qual começamos a soletrar o primeiro canto. Apenas discernimos algumas notas, alguns murmúrios longínquos e enfraquecidos! Já essas primeiras letras do maravilhoso alfabeto musical nos enchem de entusiasmo. Que será quando, tornados mais dignos de interpretar a divina linguagem, percebermos, compreendermos as grandes harmonias do Espaço, o acorde infinito na variedade infinita, o canto modulado por esses milhões de astros que, na diversidade prodigiosa de seus volumes e de seus movimentos, afinam suas vibrações por uma simpatia eterna?
Perguntar-se-á, porém: Que diz, essa música celeste, esa voz dos céus profundos?
Essa linguagem ritmada é o Verbo por excelência, aquele pelo qual todos os mundos e todos os seres superiores se comunicam entre si, chamam-se através das distâncias; pelo qual nos comunicaremos um dia com as outras famílias humanas que povoam o Espaço estrelado.
É o princípio mesmo das vibrações que servem para traduzir o pensamento, a telegrafia universal, veículo da idéia em todas as regiões do Universo, linguagem das almas elevadas, entretendo-se de um astro a outro com suas obras comuns, com o fim a atingir, com os progressos a realizar.
É ainda um hino que os mundos cantam a Deus, ora cântico de alegria, de adoração, ora de lamentação e de prece; é a grande voz das coisas, o grito de amor que sobe eternamente para a inteligência ordenadora dos universos.Denis, Léon; O grande Enigma; Feb; As harmonias do Espaço; pp 60, 61
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